
Rúben&Adriana
Compartilhe
Foi das entradas de noiva mais simples mas das mais arrepiantes que presenciámos.
O tradicional braço dado com o pai foi muito mais além.
A noiva ainda tentou abafar a emoção, mas por pouco tempo. Um autêntico rebentar físico exteriorizado em lágrimas e soluços incontrolável, passado para o noivo que assim que se virou para receber a sua noiva desabou. Foi a felicidade imensa, disse ele. Algo surreal mesmo.
A Adriana e o Rúben tiveram que esperar e adiar o dia do casamento de 2020 para 7 de Agosto de 2021. A pandemia Covid-19 fez assim adiar planos, meses, dias e momentos. Apesar do medo de alguns, todos os convidados marcaram presença e foi isso mesmo que comoveu a noiva ao caminhar para o altar da Igreja da aldeia de Parreira, na Chamusca. Ver todos os familiares e amigos ali reunidos, por e para eles, foi uma presença humana sentida. Foi o sentir daquele abraço, daquele colo, daquele quente. O conforto de estarmos uns para os outros. E aquela igreja, a escassos 50 metros da casa de Adriana, foi pequena para o tanto de sentimento que ali se passou.
Mas esta história começa um pouco lá atrás. Precisamente há sete anos. Adriana tinha 21 anos e o Rúben 22. Conheceram-se na Monliz, na fábica onde ambos ainda trabalham. Inicialmente, diz Adriana, até nem achava grande piada ao Rúben, mas os colegas de trabalho "picaram" a noiva e ela cedeu.
Hoje, passados sete anos de namoro, de convivência, diz ela que nunca pensou ele ser o homem da sua vida, o seu namorado, o seu marido. Sabe-o de cor, como a data do dia em que começaram a namorar: 26 de Agosto de 2014. Tem nele o melhor amigo. Vive com a certeza de que a cada queda sua ele estará lá para a levantar e ela para fazer o mesmo.
Ele diz que não há mulher no Mundo tão boa como ela. A simplicidade é a qualidade que mais lhe gaba. Gosta que cuide dele e isso faz dela insubstituível.
Nesta profissão, como em muitas outras, passamos tempo com os nossos clientes criamos empatia e amizade que por vezes nos tocam no coração.
O Rúben é a Adriana são um bom exemplo disso mesmo, a nossa ligação começou em 2019 quando agendaram para 2020, com a pandemia adiaram para 2021, fomos sempre falando e muitas das vezes em forma de desabafo causado pela frustração de não poderem casar e nós por não podermos ganhar a vida, nestas guerras internas a amizade floresceu e no dia 7 de Agosto chegou finalmente o grande dia.
Chegamos a casa do Rúben e lá estava ele de boxers, sentado, impaciente como se cada minuto deste dia fosse algo que ele não tivesse planeado, dois anos de espera, agora que estava na recta final os nervos não o deixavam fluir e desfrutar do momento. Entramos no quarto e começamos logo a fotografar, a conversar em modos de rir para que de alguma forma ele se abstraí-se da pressão causada por tanto tempo de espera, funcionou, quando deu por ele estava a dizer-me até já...
O momento de vestir foi para ele mais emocionante do que estava à espera.
Um simples abotoar dos botões de punho gerou uma troca de olhares com a madrinha que depressa se transformou num abraço com lágrimas à mistura. As lágrimas voltaram a cair quando surge a mãe e a irmã.
O pai tirou-lhe o chão quando lhe disse olhos nos olhos um "amo-te, meu filho". Separados fisicamente por mais de 1700 km, uma vez que os pais e a irmã estão emigrados em França. Uma distância que dói e se sente. Mas Rúben escolheu ficar na terra que o viu nascer: Frade de Baixo, em Alpiarça. O noivo pouco falou no assunto mas junto à lapela levava um laço que pertencia a uma prima falecida há poucos meses. Era uma irmã, que ajudou a formar o homem que é hoje.
Todos estiveram presentes...
Uns 40 km depois, chegamos a casa da Adriana, tudo em alvoroço, mãe, pai, padrinhos, avós, tios e amigos todos à espera, todos ansiosos de ver a noiva.
Estava descontraída envolta no vestido, no véu, ambos colocados com ajuda da mãe e da madrinha.
O sossego emocional acabou quando Rúben e alguns convidados passaram em frente à casa da noiva, rumo à igreja, de mota. Em cima da sua Yamaha XJ6F buzinou e acelerou para dizer à sua noiva que tinha chegado. Escondida atrás da porta, Adriana não conteve, pela primeira vez naquele dia, as lágrimas. Agarrada ao bouquet escondia a cara. Um bouquet onde as fotografias dos avós maternos já falecidos. Maria Custódia e Gabriel foram os avós que ajudaram a criar Adriana. Maria partiu há dois anos e Gabriel há apenas três meses.
Poucos minutos depois fez-se a magia dos sentimentos.
Um casamento intenso, onde a animação não faltou.
Momentos que agora aqui registamos para, também eles, contarem a história.
Vestido noiva: Bela Noiva
Fato noivo/sapatos/botões de punho: Elizabeth Videira
Lengeri: Women Secret
Joias: Ourivesaria Pinhal
Alianças: Anjo
Sapatos: Stara
Maquilhagem: Neuza Ferreira
Cabeleireira: Marina Pereira
Animação Quinta: Altavoz
Animação crianças: Ana Trapalhona e Companhia
Coro Igreja: Giofrater
Florista: A Nela



































